A reação de produção do ascorbato provém de gulono-γ-lactona reagindo com oxigênio, que dá origem a ascorbato e peróxido de hidrogênio, sendo que gulono-γ-lactona vem da glicose. O ascorbato é essencial para várias reações metabólicas, como a hidroxilação de prolina e lisina para a formação de pró-colágeno, biossintese de noradrenalina e absorção de ferro no intestino ( através da redução do íon ferro).
A avitaminose relacionada à vitamina C gera escorbuto, ou “mal de Marinheiro”, associado à anemia, osteoporose e hemorragia e depressão.
Apesar de todas as correlações que esse composto tem com vários distúrbios presentes no corpo humano, o que iremos dar enfoque aqui é no seu papel antioxidante.
A vitamina C é capaz de reciclar vitamina E (o que foi demonstrado in vitro) e limpar da célula vários compostos maléficos, dentre os quais pode-se incluir ozônio, e algumas espécies reativas de oxigênio (EROS). Além disso, tem-se evidências que o ascorbato pode inibir a peroxidação de lipídios e danos ocasionados por radicais de oxigênio a proteínas e DNA. Por outro lado deve-se notar que o ascorbato não apenas tem funções antioxidantes, uma vez que recicla o ferro, proporcionando um reagente da Reação de Fenton, por exemplo.
A oxidação do ascorbato forma o radical ascorbil, o qual é convertido em dihidroascorbato (DHA) por outra reação de oxidação. A degradação não-enzimática de DHA forma oxalato e outros produtos e o importante de notar é que o radical ascorbil tem reatividade menor sobre as biomoléculas, o que faz da vitamina C um antioxidante. Para reciclar o ascorbato as plantas e os animais fazem uso de rações enzimáticas:
Pela sua ação pró-oxidante e antioxidante o real benefício associado à vitamina C ainda não é certo. Alguns estudos feitos com camundongos mostram que a presença de ascorbato não diminui os níveis de peroxidação de lipídios, que seria alta nesses camundongos que não sintetizam vitamina C (pois estão mutados) e muitos estudos feitos não mostram clara diferença entre ter ou não consumo de vitamina C.
Então, por qual motivo, mesmo a eficácia de altas doses de vitamina C como antioxidante estando incerta ainda, a população insiste na idéia de que altas doses de ascorbato são benéficas?
Isso se deve à idéia disseminada por Linus Paulling, em 1970, que tomar 1.000 mg de vitamina C diariamente reduziria a incidência de resfriados em 45% para a maioria das pessoas, mas que algumas precisariam quantidades muito maiores em seu livro Vitamin C and the Common Cold. Em outro livro, Vitamin C and Cancer (1979), Linus Paulling alega que altas doses de vitamina C podem ser eficazes contra o câncer. Já em outro livro, How to Feel Better and Live Longer (1986), declarou que megadoses de vitaminas "podem melhorar sua saúde geral...aumentar sua satisfação com a vida e pode ajudar no controle de doenças cardíacas, câncer e outras doenças e retardar o processo de envelhecimento.". Porém, essas declarações não foram feitas com base em estudos que evidenciem de fato tal eficácia, uma vez que para se demonstrar a eficácia de um “medicamento”, estudos com muitos indivíduos com base nos fundamentos da pesquisa científica devem ser feitos. E tais estudos não foram feitos por Linus Paulling. Pelo menos 16 estudos bem-conduzidos mostraram que a suplementação com vitamina C não previne resfriados e na melhor das hipóteses pode reduzir levemente os sintomas de um resfriado. Além disso, a relação do tratamento da vitamina C para o câncer feita em 1976 por Pauling e pelo Dr. Ewan Cameron, um médico escocês, dizendo ser esse eficaz, na verdade teve falho embasamento científico, uma vez que a pesquisa feita pelos dois foi mal conduzida.
Dessa forma, têm-se algumas evidências do efeito positivo antioxidante da vitamina C, mas têm-se também evidências de efeitos negativos da mesma, além de evidências que não comprovam nem benefício nem malefício. O fato é que diante dessa dúvida, os efeitos da vitamina C continuam incertos, mesmo se conhecendo reações do sistema antioxidante que envolvam ascorbato, pois também se conhece reações pró-oxidantes que o envolve.
Bibliografia:
Oxygen in Biology and Biochemestry: Role of Free Radicals- capítulo 12 de Function metabolism: Regulation and Adaption, edited by Kenneth B. Storey.
http://www.relatorioalfa.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=254
Há diversos estudos médicos sobre megadoses de vitamina C, desde 1935 ela era usada para tratar poliomielite e diversas outras doenças. Frederick R. Klenner's Clinical Guide to the Use of Vitamin C:
ResponderExcluirhttp://www.seanet.com/~alexs/ascorbate/198x/smith-lh-clinical_guide_1988.htm
Irwin Stone's book on vitamin C therapy, The Healing Factor:
http://vitamincfoundation.org/stone/
Robert F. Cathcart's vitamin C therapy website:
http://vitamincfoundation.org/www.orthomed.com/
Linus Pauling's complete 1968 paper on vitamin therapy:
http://www.orthomed.org/home/pauling2.html
A 1974 Pauling paper on the same subject is posted at
http://www.orthomed.org/home/pauling.html Um fato: How vitamin C saved the life of this New Zealand farmer:
https://www.youtube.com/watch?v=VrhkoFcOMII If your hospital or doctor says that IV C is unproven or illegal:
http://www.doctoryourself.com/VC.NZ.Sept.2010.pdf
Diversas literaturas científicas sobre a vitamina C neste link: http://www.seanet.com/~alexs/ascorbate/
ResponderExcluir