domingo, 8 de agosto de 2010



O papel do ferro no organismo é de suma importância vista a sua atuação na formação dos glóbulos vermelhos e, por conseqüência, na oxigenação corporal. Entretanto o acúmulo desse metal em nosso organismo é muito prejudicial, uma vez que ele é capaz de regenerar radicais livres derivados do oxigênio, como por exemplo, o hidroxil OH-. O acúmulo do metal dá-se principalmente no coração, sistema hepático e endócrino, ou seja, áreas vitais para o perfeito funcionamento do corpo humano.
Comumente, o estado de oxidação do ferro na molécula de hemoglobina é o Fe+2, porém aproximadamente 2% do ferro presente em nosso sangue está no estado de oxidação Fe+3 gerando a met-hemoglobina. A hemoglobina oxidada (Fe+3) é incapaz de transportar o oxigênio de maneira eficiente, e dessa forma, um aumento percentual de sua participação no sangue ocasiona diversas conseqüências indesejáveis para o organismo.

Uma das causas do aumento de ferro circulante é a condição da Beta-Talassemia, anomalia genética em que não ocorre a correta formação de globinas e conseqüentemente o ferro que seria utilizado na conformação estrutural da hemoglobina fica livre na corrente sanguínea.
Novas pesquisas e experimentos tentam diminuir a concentração excessiva de ferro circulante no corpo por meio do uso de agente quelantes – espécies químicas que fazem ligações não covalentes com os íons, aprisionando-os dentro de suas estruturas tridimensionais. Dentre esses agentes, os que ganharam destaque foram a desferoxamina e a deferiprona, capazes de ligar-se especificamente ao Fe+3, terem alta permeabilidade, terem baixo custo de fabricação e terem uma toxidade baixa. No intuito de medir a eficiência desses quelantes foi provocado um stress-oxidativo utilizando o terc-butil-hidroperoxido (TBHP em inglês). Durante esse experimento, utilizando eritrócitos Beta-talassêmicos e eritrócitos comuns, observou-se que quando era provocado o stress, os Betas sofriam maior degeneração tissular do que os normais e que a presença dos quelantes (desferoxamina e a deferiprona) minimizavam o efeito da oxidação assim como a formação da met-hemoglobina.
Determinou-se, portanto, que o ferro é um dos atores principais nas reações geradas por radicais livres e que inativação das espécies “extra” dos íons Fe+3 ajuda na diminuição dos efeitos deletério causados por esses derivados do oxigênio.

bibliografia: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842009000600013&lang=pt

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